DE OLHO NA FECHADURA
Abrir
a porta de casa com um toque de dedo ou por meio de senhas digitadas
num teclado sobre a maçaneta
pode soar futurístico, mas essas são novas opções proporcionadas por
uma leva de fechaduras tecnológicas.
Monica Weinberg
A
pedido de VEJA, especialistas em segurança doméstica e em tecnologia
avaliaram quatro tipos de fechadura high-tech à venda no Brasil. Concluíram
que eles representam um avanço em relação aos outros, basicamente porque
são mais resistentes e difíceis de violar. As fechaduras que aparecem
neste Guia não lembram em quase nada os primeiros modelos de metal confeccionados
por ferreiros ingleses no século IX, com excesso de adornos e molhos
de chave cujo peso era então símbolo de status. Agora, elas prescindem
de chave. Os especialistas falam sobre os prós e os contras das novas
fechaduras e indicam os modelos de melhor custo- benefício. Eis as avaliações:
COM
CARTÃO MAGNÉTICO
Como funciona: vem com a senha gravada,
tal qual um cartão de crédito comum. A porta só se abre quando o cartão
entra em contato com o leitor magnético da maçaneta
Vantagem: é o mais barato dos quatro tipos de maçaneta testados
Desvantagem: é tão vulnerável quanto um cartão de crédito – roubado,
pode ser clonado numa máquina feita para isso
Preço*: 700 reais
Modelo indicado pelos especialistas: Kaba Solitaire 850-L.
Há maçanetas mais baratas, de 400 reais, mas essas não têm a vantagem
de vir com um dispositivo automático que trava a fechadura se alguém
tenta abri-la com arame – mecanismo comum às quatro maçanetas testadas
COM CARTÃO DE CHIP
Como funciona: neste caso, os dados
do proprietário ficam armazenados num cartão eletrônico, que a maçaneta
é capaz de decodificar
Vantagem: é mais resistente e mais difícil de ser copiado do
que a versão magnética
Desvantagem: dispensa a preocupação com a chave, mas não com
o cartão, sem o qual não se abre a porta – já as maçanetas biométricas
ou aquelas com senha prescindem de qualquer acessório
Preço: de 1000 a 1300 reais
Modelo indicado pelos especialistas: Multisecurity 69,
por ser a opção com o maior número de travas – cinco
BIOMÉTRICA
Como funciona: armazena as impressões
digitais dos moradores da casa e só se destrava quando um deles apóia
o dedo sobre o sensor instalado na fechadura. Vem ainda com uma espécie
de termômetro, sem o qual o sistema poderia ser facilmente burlado com
o uso de cópias de impressões digitais em papel ou ainda em moldes
Vantagem: das quatro maçanetas avaliadas, essa é a mais difícil
de ser violada
Desvantagem: é a mais cara da lista
Preço: de 3000 a 4500 reais
Modelo indicado pelos especialistas: BSKF LP 803-B, o mais barato no mercado. Com capacidade para
guardar trinta digitais – e não milhares delas, como outros modelos
–, é mais do que suficiente para o uso doméstico
COM SENHA
Como funciona: as novas fechaduras
do gênero são eletrônicas, vêm com pilha ou bateria e guardam até 3000
senhas – e não uma só, como os modelos mais antigos, à base de travas
mecânicas
Vantagem: permite criar senhas
que se prestam a situações específicas, como para alguém que trabalha
temporariamente na casa ou para os convidados de uma festa – e em seguida
apagá-las do sistema
Desvantagem: são mais fáceis
de violar do que as biométricas, mas só um hacker consegue fazer o serviço
e mesmo assim apenas em modelos nos quais o circuito elétrico da fechadura
fica na parte de fora da porta – e não dentro de casa. Por segurança,
os especialistas recomendam sempre criar senhas com o maior número possível
de dígitos
Preço: de 1000 a 1600 reais
Modelo indicado pelos especialistas: Multisecurity 88-5, justamente por ter o circuito elétrico na
parte interna da casa.
A empresária
Maria Carolina Campos, 43 anos, primeiro instalou nas portas de casa
fechaduras com cartão magnético. Partiu depois para a versão com senha,
segundo ela mais "prática". "Não estou livre de um assalto, claro, mas
ao menos aumentei a segurança na minha casa".
Conclusão
dos especialistas: qualquer
uma das quatro fechaduras testadas oferece mais segurança do que os
modelos convencionais. A maior vantagem dessas em relação às antigas
está principalmente na estrutura básica comum a todas as fechaduras
de segurança. A tecnologia dos quatro modelos avaliados ajuda a reforçar
a segurança ao registrar o entra-e-sai na casa – e proporciona algum
conforto no uso
Segredos
dos chaveiros
Os
quatro modelos de fechadura avaliados vêm com uma estrutura mecânica
comum, que independe dos recursos tecnológicos. Este modelo mais simples
já aumenta em muito a segurança – e é mais acessível. Chaveiros consultados
por VEJA comparam as fechaduras "de segurança" com as tradicionais
FECHADURAS
DE SEGURANÇA
Material: aço inox – mais difícil de
arrombar
Número de travas: de 3 a 9
Grau de violabilidade: muito baixo.
Vêm com chaves "multiponto", que podem ser copiadas apenas com máquinas
especiais que quase nenhum chaveiro tem. São as mesmas usadas para fabricar
chaves para os carros Jaguar e Audi. Contam ainda com um sistema de
travas acionado automaticamente quando alguém tenta usar arame para
abrir a fechadura
Preço: 600 reais
MODELOS
TRADICIONAIS
Material: latão
Número de travas: 1
Grau de violabilidade: muito alto.
Um chaveiro munido de uma mixa, chave-padrão que todos eles têm para
abrir fechaduras comuns, faz o serviço em menos de um minuto
Preço: 50 reais
*Todos
os preços publicados nesta página expressam a média do mercado
Fonte:
Revista Veja e Associação Brasileira do Grupo de Chaveiro
(ASBRAC)